sexta-feira, outubro 27, 2006

A serra e suas vicissitudes sem seiva

Já vejo a serra!
de árvores velhas deitadas no chão
que fere o céu qual fosse trovão
Já vejo a serra!
maculada e enferrujada do orvalho
seu ritmo quebrado em cada galho
Já vejo a serra!
e o canto pássaro desesperado
"ai grata, grata mas marra afagada!"
Já vejo a serra!
subo sem sapatos e espeto os pés
desço sem pés nem passos, através
Já vejo a serra!
que tenta subir comigo e desaba
já vejo a serra - e não vejo nada.