Isso é alguma coisa que eu comecei e nunca terminei, tem vários meses.
Estávamos todos na casa de Marilyn
Estávamos todos na casa de Marilyn, com aquela vodka em cima da mesa e aquele papo maluco no ar.
- É no cio que uma cadela se completa. Quero dizer, qual a função natural de uma cadela que nunca fica no cio? Isso é mania urbana, nada natural. Ainda que ela se torne um animal nojento de se carregar – porque na verdade ela não pediria pra ser carregada se não tivesse sido acostumada desse modo – é assim que deve ser.
- Eles mandam essas pizzas que não são cortáveis e temos essas facas que não cortam. Isso tudo pra que peçamos pizzas grandes e as comamos individualmente. Jesus fez bem em partir o pão com as mãos, entende?
- Vocês viram as plantações de pombos lá, aquilo me deixa maluco. Plantam os pombos naquela terra que vive caindo e, mais tarde, nas praças, você vê o milho todo voando. E parte dele caindo sobre as nossas cabeças, é impressionante.
Comíamos pizza com os pratos em nossos colos, sentados ao redor de uma mesa retangular sobre um teto imenso. Três pizzas grandes e oito bocas grandes; era o suficiente. Bill estava comendo na ponta da mesa, mas ainda não havia pegado pizza.
- Cara, o que é isso que você tá comendo?
A calça de Bill estava aberta e um pouco abaixada, com seu pênis semi-ereto saltando pra fora da cueca. Bill cortou um pedaço da cabeça e comeu. Depois outro pedaço. O sangue saía com vontade, um vermelho-sangue que parecia encher Bill de prazer – sua cara se contorcia em movimentos desordenados enquanto mastigava sua própria carne, gotas de sangue pingando do queixo.
- Os sentidos envolvidos neste processo são: ursão, pato, alface, alagar e a algodão, já que você está ouvindo essa explicação. Mas, menos mal Bill, achei que estivesse comendo os carrapatos-estrela desta tarde.
terça-feira, outubro 30, 2007
domingo, outubro 28, 2007
Soneto dissonante
Esse não é velho ainda, tem uma semana.
Soneto dissonante
Os garotos na sacada se drogam
chegam quietos, saem todos pulando
maconha e ácido de vez em quando
os garotos na sacada se drogam
chegam quietos, saem todos pulando
maconha e ácido de vez em quando
os garotos na sacada se drogam
saem felizes mas voltam chorando
maconha e ácido entram pulando
os garotos se drogam de vez, quando
saem felizes e voltam chorando
os garotos na sacada se drogam
sempre felizes e sempre chorando
o inferno dos garotos dissonantes
Soneto dissonante
Os garotos na sacada se drogam
chegam quietos, saem todos pulando
maconha e ácido de vez em quando
os garotos na sacada se drogam
chegam quietos, saem todos pulando
maconha e ácido de vez em quando
os garotos na sacada se drogam
saem felizes mas voltam chorando
maconha e ácido entram pulando
os garotos se drogam de vez, quando
saem felizes e voltam chorando
os garotos na sacada se drogam
sempre felizes e sempre chorando
o inferno dos garotos dissonantes
sexta-feira, outubro 26, 2007
Oi
Gracias ao Alexandre que sem querer me deixou com vontade de postar. Pode ser que eu já tenha postado algumas coisas antes, mas a maioria sofreu modificações, então...
Sobre o que faz os corações humanos baterem mais forte
Em direção ao navio vão os marinheiros
arrastando em silêncio suas saudades
para os dias de mar
arrastando os pés e as saudades
Um se arrasta mais que os outros
com carta no bolso e batom nas bochechas
[com a malandragem dos amantes que partem]
se arrasta, se arrasta, se arrasta
e o sapato gasto.
A moça deixada no cais... suspira
vendo como, pesado, seu marinheiro se arrasta
balança a mão e vai embora
[beija uma foto, beija outra foto,
gasta o batom]
Com o tempo o mar cresce e vira
horizonte, vira além
então é um aqui
outro acolá
Mas o que chamam de mútuo amor
tem força e traz o que está longe
aproximando o que os amantes têm em comum:
muito sal no rosto.
muito mesmo.
Sobre o que faz os corações humanos baterem mais forte
Em direção ao navio vão os marinheiros
arrastando em silêncio suas saudades
para os dias de mar
arrastando os pés e as saudades
Um se arrasta mais que os outros
com carta no bolso e batom nas bochechas
[com a malandragem dos amantes que partem]
se arrasta, se arrasta, se arrasta
e o sapato gasto.
A moça deixada no cais... suspira
vendo como, pesado, seu marinheiro se arrasta
balança a mão e vai embora
[beija uma foto, beija outra foto,
gasta o batom]
Com o tempo o mar cresce e vira
horizonte, vira além
então é um aqui
outro acolá
Mas o que chamam de mútuo amor
tem força e traz o que está longe
aproximando o que os amantes têm em comum:
muito sal no rosto.
muito mesmo.
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